sábado, 6 de fevereiro de 2010

Doença Inflamatória Intestinal


Quadros digestivos intratáveis, com pobres respostas aos fármacos mais comumentes utilizados, principalmente com apresentação de vômitos frequêntes e fezes amolecidas, devem ser investigados em relação a Doença Inflamatória Intestinal.
Nenhuma etiologia específica foi identificada como causadora da doença, mas é consenso que existe
uma susceptibilidade imunológica individual do indivíduo em desenvolver esse quadro inflamatório, basicamente o enfermo cria uma intolerância ou uma reatividade anormal à própria microflora intestinal, desencadeando todas as disfunções digestivas.
O sintoma principal é o vômito crônico, emagrecimento e caquexia. Comumente ocorre a diarréia, que poderá ser bem grave e volumosa, com sangue ou tenesmo, dependendo da região intestinal mais afetada. Pode ocorrer episódios de anorexia ou até polifagia.
O diagnóstico diferencial do vômito em felinos, por si só, é bem amplo. Corpo estranho, hipertireoidismo, parasitismo intestinal, gastrite crônica,l infoma, sensibilidade alimentar, disfunções renais e hepáticas, tudo isso deve ser bem avaliado para determinarmos o diagnóstico. Além de um perfil bioquímico, é necessário uma avaliação do estado FIV/FeLV, dosagem de T4 total e, exames coprológicos seriados. A ultrassonografia pode ser bastante útil, principalmente verificando-se a espessura da parede intestinal, medidas acima de 3mm são sugestivas. O diagnóstico definitivo é através da biópsia, realizada preferencialmente por laparotomia, porque é importante que os fragmentos da amostragem incluam todas as camadas da parede intestinal, o que não é possível quando se utiliza o aparelho endoscópico para a retirada do material.
Estudos indicam que 30% dos gatos com sintomas de DIIC têm sensibilidade alimentar, portanto indica-se rações hipoalergênicas em todos os casos, favorecendo o controle dos sintomas. É importante também o controle parasitológico, muitas vezes uma giardíase não-tratada pode mimetizar toda essa sintomatologia, então um tratamento para helmintos e protozoários é fundamental.
A terapia farmacológica é o esteio do tratamento da DIIC. O uso de corticóides como a prednisolona é o mais indicado, como também outros imunosupressores, como o clorambucil.
A antibioticoterapia também é instituída, que com o uso destes, evidencia-se uma melhora clínica, o que fortalece a suspeita da participação na microbiota intestinal na etiologia da doença. Outro fármaco bem utilizado é a sulfasalazina,que age também como imunossupresor, interferindo na síntese de prostaglandinas.