segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Foliculite Mural Degenerativa Mucinótica


A Foliculite Mural Idiopática Felina ou Foliculite Mural Degenerativa Mucinótica é uma causa rara de dermatite esfoliativa felina.Já é bem conhecida na Europa,entretanto no Brasil ainda é pouco diagnosticada.
Acredita-se que a enfermidade seja uma síndrome em resposta a uma doença sistêmica,principalmente a neoplasias.É originada pela destruição dos folículos pilosos por células inflamatórias,incluindo linfócitos e neutrófilos,compreendendo primariamente a bainha externa do pêlo acima do istmo folicular.A mucina é produzida pelos queratinócitos quando estimulados pela infiltração dos linfócitos no folículo.
O felino enfermo é na maioria das vezes adulto a idoso,entre 7 a 12 anos,apresentando uma quadro rápido de alopecia,eritema,crostas e descamação,principalmente facial,mas que logo se distribue para os membros,pescoço e dorso.O aspecto facial fica característico,com um edema de pálpebras e de espelho nasal.Comumente não há prurido,ou se presente,é discreto.
O diagnóstico diferencial deve incluir as dermatofitoses,hipersensibilidade alimentar e atopia,linfoma epiteliotrópico,pseudopelada e timomas.Culturas fúngicas são importantes para descartar os parasitas.Dieta de eliminação também é fundamental para o diagnóstico e até terapia,já que um caso de Foliculite Mural já foi associado à dieta comercial(J. Declerq,2000).
O histopatológico de pele é essencial para se fechar o diagnóstico.As biópsias dever ser sequênciais,assim podemos diferenciar ou mesmo determinar uma neoplasia,como o linfoma epiteliotrópico.Por suspeitar-se também,que a Foliculite Mural seja uma síndrome paraneoplásica,deve-se investigar minuciosamente o paciente,utilizando-se exames bioquímicos e de imagem,como ultrassonografia e radiografias,descartando como por exemplo,um timoma,que pode causar uma dermatite esfoliativa semelhante.
O estado FIV/FeLV do felino é importante,visto que a associação do quadro com o Vírus da Imunodeficiência Felina piora ainda mais o prognóstico,onde há lesões mais severas nos folículos pilosos.
Ainda não há relato de cura da doença.Tratamentos à base de corticóides e imunossupresores não foram satisfatórios.Em todos os casos reportados os animais vieram a óbito em média de 4 meses após o diagnóstico.Devido a sinais sistêmicos,como apatia,hipertermia,emagrecimento,diarréia,sugere-se uma doença sistêmica associada,ainda não determinada.Nos animais necropsiados,não foram encontrados alterações relevantes para a elucidação da causa.

Finalmente,pela a suspeita de que a Foliculite Mural Degenerativa Mucinótica seja uma síndrome paraneoplásica,advindo-se novos casos confirmados,deverá-se investigar possíveis neoplasias,a fim de obter-se uma luz para a cura do animal.