Várias doenças infecciosas felinas tornaram-se pouco prevalentes devido à vacinação de filhotes e adultos susceptíveis.Assim como nos cães,não existe medicina preventiva eficaz se não houver um programa de imunização adequado ao felino.
É importante salientar que não existe fórmula,ou programa de vacinação universal.A imunização deve ser orientada ao paciente,de acordo com as condições em que vive e ao risco de exposição a patógenos.As vacinas polivalentes existem para facilitar à vida de nós veterinários,mas nem sempre é a ideal para todos os pacientes,principalmente porque as apresentações compostas aumentam o risco de efeitos colaterais.
Um felino que vive em apartamento,sozinho,sem contato com outros animais,com certeza não precisará de um mesmo programa de vacinação que um gato de abrigo,onde o desafio é completamente maior.
Geralmente recomenda-se iniciar a imunização com cerca de três meses de idade,período em que provavelmente não há mais interferência dos anticorpos maternos.Basicamente deve-se usar a vacina tríplice(contra calicivirose,rinotraqueíte e panleucopenia) e repetir com cerca de 30 dias.Se o animal conviver com muitos gatos,principlamente em ambientes mais fechados,pode-se usar a quádrupla(que possui adicionada a vacina contra clamidiose),porém esta ainda é discutida,devido à clamidiose não ser comum no dia-a-dia da clínica felina.Além de que os efeitos adversos são mais comuns,como febre,prostração,anorexia e dores.
A quíntupla, é opção para gatos de vida semi-interna,ou que tenham contato com animais vindo de fora do seu ambiente.O que difere da quádrupla é a inclusão da leucemia felina.Lembrando que o filhote deve ser testado para FIV/FeLV antes de ser vacinado.A antirábica é feita anualmente,a partir de quatro meses de idade.
Já existe no mercado brasileiro, há algum tempo,uma vacina contra a nova cepa de Calicivírus,que causa uma doença de alta mortalidade,mesmo em animais vacinados com a vacina comum.A recomendação já é utilizá-la,porque a doença quase sempre têm um prognóstico ruim.
O reforço das vacinas deve ser anual,embora mesmo alguns trabalhos já tenham demonstrado uma proteção boa após três anos da imunização,há uma maior segurança com as repetições anuais,principalmente em relação ao Herpesvírus,que costuma acometer mesmo os gatos vacinados.
Os felinos podem desenvolver neoplasias no locais de injeção.Não apenas por vacinas,mas qualquer medicação subcutânea.Assim,as áreas recomendadas para a aplicação são nas extremidades dos membros,de acordo com um diagrama próprio,para facilitar a identificação da vacina ou produto que causou,como também para ajudar no tratamento,que é cirúrgico principalmente.O risco é pequeno e os benefícios da vacinação são muito maiores.
Blog muito esclarecedor!Ainda não conhecia nenhum veterinário aqui em fortaleza especialista em gato, já marquei minha consulta com o dr Reginaldo pro meu Figaro :)
ResponderExcluirRafaelle
Muito obrigado Rafaelle!Será um prazer.
ResponderExcluirPelo que tenho lido, o risco de sarcoma por aplicação está na ordem de 3,6 para cada 10.000 aplicações. Se o gato viver 15 aos, o risco é de 54 em cada 10.000. Considerando duas injeções ao ano, temos 108 em cada 10.000. Isto é, 1,08% de um gato contrair sarcoma, o que é uma chance muito grande, não acha?
ResponderExcluirTenho lido sobre sarcoma por aplicação. Alguns artigos mais pessimistas dizem 1 sarcoma a cada 1000 apliações, mas encontrei alguns artigos considerendo 3,6 a cada 10.000 aplicações. Se o gato viver 15 anos, 3,6x15=54. Se tomar duas injeções ao ano, 2x54=108. Ou seja, 108/1000= 1,08% de chance de um gato ter esse câncer, que é terrível e altamente mortal, pois é malígno. A pergunta é: Será que mesmo assim é interessante vacinar o animal todo ano? Se aplicarmos a anti-rábica todos os anos e a tríplice a cada 3 anos, baixaríamos esse índice de 1,08% para 0,5%. Não é mais coerente para animais que vivem em apartamentos?
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