segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Glaucoma em Felinos*


Glaucoma pode ser definido como um grupo de doenças que culminam na elevação da pressão intraocular, causando danos ao funcionamento da retina e do nervo óptico.  Apesar de ser menos frequente em gatos do que em cães, é uma doença séria e uma das principais causas de cegueira nos nossos pacientes.

Dentre as principais causas de glaucoma em felinos destacam-se principalmente as neoplasias e a uveíte linfoplasmocítica (juntos são responsáveis por cerca de 75% dos casos de glaucoma). Os outros 25% dos casos são causados por traumas, alterações congênitas, glaucoma de ângulo aberto, alterações inflamatórias, hemorragias intraoculares, luxação de lente, entre outros.

Muitas vezes os sinais clínicos são pouco perceptíveis pelos proprietários e a maioria dos casos já chegam no atendimento veterinário em estágio avançado da doença, apresentando cegueira. Isso porque, de maneira geral, os gatos não apresentam dor severa e hiperemia ocular (olho vermelho) e mesmo com pressões intraoculares muito elevadas não demonstram sinais de desconforto, ao contrário dos cães. Os principais sinais clínicos da doença em gatos são: midríase (pupila dilatada), buftalmia (distensão do bulbo ocular), catarata, edema de córnea e cegueira.

O diagnóstico se baseia na avaliação dos sinais clínicos, fundoscopia para avaliação do nervo óptico e mensuração da pressão intraocular. Exames complementares como ultrassonografia ocular também pode nos auxiliar, caso haja opacidade da córnea e impossibilite a visualização do fundo de olho. Em alguns casos há a indicação de realizar a enucleação do olho afetado para realizar estudo histopatológico e identificar a causa do glaucoma.

O tratamento consiste em principalmente identificar e tratar a causa base. É de suma importância uma boa avaliação clínica e oftalmológica para descartar, por exemplo, as neoplasias e as doenças infecciosas e inflamatórias que podem causar uveítes e, caso seja possível, instituir um tratamento para estas alterações. Além disso, a utilização de alguns antiglaucomatosos ajuda a controlar a pressão intraocular.


O prognóstico é reservado para a visão e os pacientes com glaucoma necessitam de avaliação periódica para monitoramento da doença e da pressão intraocular.



*Pela Dra. Lídia Palácio,
M. V. formada pela UECE, Pós- graduanda em Oftalmologia- Anclivepa- SP 

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