A DRC, ou doença renal
crônica, é uma das enfermidades que pode acometer qualquer raça, sexo ou idade,
no entanto, animais mais velhos desenvolvem a doença com maior freqüência.
Estima-se que até 40% dos gatos a partir de 10 anos de idade desenvolverão
algum grau de doença renal, sendo a causa morte em mais de 13% de animais com
média de 15 anos. Assim, não dá para fechar os olhos para ela, e o pior, muitas
vezes é silenciosa. Será que você tem certeza do "status renal" do
seu bichano? Já parou pra pensar nisso?
-Importancia do rim:
Os rins te uma grande
importância para manutenção da homeostase portanto a diminuição da função
renal, implica no comprometimento de todos os órgãos. O grau de filtração
glomerular é a principal forma de avaliação da função renal. A diminuição progressiva da filtração indica um
quadro de doença renal crônica e gera uma perda das funções regulatórias,
excretórias e endócrinas do rim.
-Porque é tao comum em
gatos?
A maioria dos casos de
insuficiência renal crônica não tem causa específica. Várias causas são apontadas para explicar a
prevalência tão grande da DRC em gatos: A alimentação restritamente seca pode
ser importante fator, já que a diminuição da ingestão hidríca pode afetar o
fluxo sanguíneo renal, entretanto não explica completamente toda essa
casuística. Substâncias ou medicamentos administrados em algum período da vida
do animal podem causar um injúria renal, iniciando o processo tóxico ou
inflamatório nas células renais, desencadeando a degeneração dos glomérulos e
tubúlos renais, principalmente. Processos infecciosos, como infecções pelo FIV
(Aids felina), ou infecções bacterianas, podem causar uma resposta inflamatória
sistêmica, gerando várias substâncias inflamatórias que se depositarão no
tecido renal, podendo ser também fatores de lesão renal inicial. Existe também
a possibilidade de doenças congênitas, que sucubem na DRC, como a presença de
cistos no parênquima renal (Doença Renal Policística), mais comum em gatos de
raça pura, como os persas. Entretanto, na realidade, na maioria dos casos não
conseguimos identificar o fator inicial, assim, é fundamental descobrirmos o
mais prontamente e principalmente prevenirmos na maneira do possível.
-Sinais clínicos
Os primeiros sinais
clínicos que o nosso gatinho pode apresentar são inespecíficos, mas
principalmente a perda de peso e vômitos, em animais a partir de 8 anos de
idade, são bastante sugestivos. A poliúria e polidipsia, ou seja, o aumento do
consumo de água e do volume urinário, são sinais também de DRC, porém muito
mais tardios. O agravamento pode gerar problemas como úlceras, anemia,
infecções oportunistas, alterações cardiacas e cegueira.
-Diagnóstico
O medico veterinario
deve realizer uma anamnese detalhada, além de realizar exames clínicos e
laboratoriais periódicos, incluindo principalmente o hemograma, creatinina
sérica, sumário de urina e relação proteína/ creatinina urinária. Outros exames
complementares que podem ser realizados são cultura da urina, radiografia,
ultra-sonografia, e afericao da pressão sanguínea. Assim, temos condições de diagnosticar
precocemente o doente renal.
-Tratamento
O tratamento irá
depender do grau da insuficiência renal, determinado pelo painel de exames, mas
fundamentalmente a alimentação e a hidratação são os esteios da terapêutica da
DRC. O paciente renal tem uma grande perda proteica, consumindo massa muscular,
assim a nutrição é um fator preditivo importante, sendo a baixa de peso muito
correlacionada a prognóstico ruim. O ideal é que se forneça ração específica
para doente renal, porque estas possuem uma quantidade e qualidade recomendada de
proteínas, além de baixo níveis de fósforo. Entretanto, muita atenção e cuidado nesta fase de troca de alimentação,
muitos gatos não aceitam facilmente a nova dieta, e alguns não aceitarão nunca.
Portanto, é importante o bom senso, gato não pode ficar sem comer. Muitas vezes
temos que manter a alimentação rotineira e mudarmos gradativamente. Isto é
verdade também em pacientes internados ou totalmente anoréxicos, que nauseiam
facilmente, sendo inútil forçar a alimentação. Nestes pacientes, não podemos
esquecer de colocarmos sondas alimentares, nasogástricas ou esofágicas,
lembrando que fluidoterapia não alimenta ninguém.A hidratação do paciente, em
casos iniciais pode ser feito na própria casa, por vial oral ou até por via
subcutânea, sendo um procedimento simples que muitos proprietários podem fazer,
com um pouco de treinamento e obedecendo as indicações do
veterinário.-Prevenção É a base de uma medicina mais eficaz e inteligente.
Recomenda-se a realização de ultrassonografias periódicas, principalmente em felinos
idosos, como também em raças predispostas a doenças genéticas, podendo-se
detectar alterações precocemente.
O ideal é que se
forneça mais água e alimentos úmidos, aumentando a ingesta de líquidos,
favorecendo o fluxo renal. Deve- se ter muito cuidado com a administração de
medicamentos aos nossos gatos, muitas substâncias oferecem riscos à saúde renal
, incluindo antibióticos e antiinflamatórios bem comuns. Assim, é fundamental o
acompanhamento de um veterinário preparado, que juntamente com a dedicação do
tutor, consegue-se o prolongamento da vida do paciente renal, com boa qualidade de vida, o que é o mais
importante.